Pelos meus olhos olho o futuro:
Escolhi o que vejo.
Para trás ficou a rapariga medrosa e insegura
Esfomeada por agradar,
Mas nem por isso agradada consigo.
O desespero sempre que vem,
Deixa-me cada vez menos desesperada.
Na procura de mim,
Pergunto o que realmente seria de mim,
Sem por tudo isto passar?
E se é verdade que tive que rugir de dor,
A consequência é que me tornei na número 1
Do meu império.
Adoro as minhas cicatrizes.
Recordam-me quem sou.
No sarar de uma ferida,
São os inimigos que me dão a inspiração.
E assim, reinventada, sento-me no meu lugar.
O trono é meu. Invejosos.
É do meu lugar que ordeno à magia
Que comece a correr.
À criatura renovada que comece a renascer,
Sem querer ou por querer, ou um pouco dos dois.
Nunca caminhei sem dúvidas.
Inquietam-me tantas vezes.
Luto com todas as forças
E no sentir das minhas certezas.
Levanto-me.
Se numa sala rodeada de espelhos,
Nada mais vejo que as caras dos outros:
Não há reflexo de mim.
Olho um espelho e vejo melhor:
Só gostas de mim porque eu gosto de mim.O meu mundo é meu.
E o meu caminho é desenhado com a serenidade
De quem está muito bem.
Um comentário:
Aziza Rafi,
Que poema tão lindo e tão familiar que me soa a tua história...parece-me conhecer-te bem, sem te conhecer. Expressas-te com palavras que me são conhecidas e desenhos que jamais ousaria, pois não sei...mas tu sabes a arte e consegues transformá-los em magia! Bem-haja!
Quando Allah nos criou, dotou-nos de "ser especial", mas não deu capacidade de ver, aos cegos, àqueles cegos que queríamos que nos vissem, que nos amassem pelo que somos de belo e místico, pela essência de jasmim que nos habita, pela doçura que de nós se solta.
És uma mulher maravilhosa...só pelo que escreves, imagina se eu te conhecesse, o que poderia dizer de maravilhosa que és...
Beslama, aziza Rafi
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