3 de novembro de 2008

9 de outubro de 2008

12 de setembro de 2008

18 de agosto de 2008

5 de agosto de 2008

23 de julho de 2008

don't cry for me palestina


Pelos meus olhos olho o futuro:
Escolhi o que vejo.
Para trás ficou a rapariga medrosa e insegura
Esfomeada por agradar,
Mas nem por isso agradada consigo.
O desespero sempre que vem,
Deixa-me cada vez menos desesperada.
Na procura de mim,
Pergunto o que realmente seria de mim,
Sem por tudo isto passar?
E se é verdade que tive que rugir de dor,
A consequência é que me tornei na número 1
Do meu império.
Adoro as minhas cicatrizes.
Recordam-me quem sou.
No sarar de uma ferida,
São os inimigos que me dão a inspiração.
E assim, reinventada, sento-me no meu lugar.
O trono é meu. Invejosos.
É do meu lugar que ordeno à magia
Que comece a correr.
À criatura renovada que comece a renascer,
Sem querer ou por querer, ou um pouco dos dois.
Nunca caminhei sem dúvidas.
Inquietam-me tantas vezes.
Luto com todas as forças
E no sentir das minhas certezas.
Levanto-me.
Se numa sala rodeada de espelhos,
Nada mais vejo que as caras dos outros:
Não há reflexo de mim.
Olho um espelho e vejo melhor:
Só gostas de mim porque eu gosto de mim.O meu mundo é meu.
E o meu caminho é desenhado com a serenidade
De quem está muito bem.


18 de abril de 2008

the trouble of being myself


Meu deus,
O que te fiz eu para ser tão preta?
Tão longe do cinzento,
Tão pouco branca,
O que pelo menos condizia
Com o tom da minha pele.
Mas não. Sou preta.
Preta até aos ossos.
Preta de dor, de amor,
De angústia no coração.
Porquê que me fazes sentir tanto?
Maldito fardo o de ser lutadora,
Caprichosa, inconformada, rebelde e lancinante.
Porquê que para me manter livre das prisões teóricas
Pago este preço?
Confesso.
Eu não quereria ser de outro modo.
Mas há dias em que só me apetece gritar-te
Porquê que me fizeste tão preta.






15 de fevereiro de 2008