18 de abril de 2008

the trouble of being myself


Meu deus,
O que te fiz eu para ser tão preta?
Tão longe do cinzento,
Tão pouco branca,
O que pelo menos condizia
Com o tom da minha pele.
Mas não. Sou preta.
Preta até aos ossos.
Preta de dor, de amor,
De angústia no coração.
Porquê que me fazes sentir tanto?
Maldito fardo o de ser lutadora,
Caprichosa, inconformada, rebelde e lancinante.
Porquê que para me manter livre das prisões teóricas
Pago este preço?
Confesso.
Eu não quereria ser de outro modo.
Mas há dias em que só me apetece gritar-te
Porquê que me fizeste tão preta.